quarta-feira, 28 de julho de 2010

Uma breve reflexão...


Sou quem você quiser que eu seja, aliás, sou quem eu quero ser. Sou o que me permitem, mas não pense que eu espero e me entrego a sua vontade, ainda não violaram minha capacidade de pensar. No entanto, será que eu realmente sei quem sou? E você, sabe?
Quero liberdade, quero ser capaz, capaz de fazer o melhor, de ser melhor, a cada dia que passa.
Não nasci ofuscada, nem me deixarei ofuscar, estrelas verdadeiras não se apagam nem com a morte, pois sempre haverá um resquício de seu brilho, uma marca, um traço.
Quero o mundo, e sei que é difícil conquista-lo, mas se Deus me deu quatro membros por que não usa-los ?
A vida nos engole, nos machuca. Ah! Quantas vezes chorei por ti ó vida, mas se não fosse por tu como choraria? Como escreveria ? Como viveria?
Leio, e a cada página virada me dou conta de que ali estão sonhos, anseios, perspectivas ...
Sonhos capitalistas, socialistas, revolucionários, autoritários, sonhos ...
Alguns responsáveis pela minha formação, outros por meus atos e modo de viver, mas como optar pelo certo, justo, no mundo de hoje?

Se sou o que sou, como digo e tantos dizem, por que não consigo me definir? Será tão difícil definir algo que simplesmente é?
Admirável foi aquele que com poucas palavras fez desmoronar a condição inatingível do ser humano:
" Só sei que nada sei "
Nada sei sobre mim, sobre você, sobre ninguém.
Os valores foram corrompidos desde os primórdios, e nós, ingratos seres, tão pequenos, deixamos escapar por nossas mãos tão pouco agradecidas o milagre de simplesmente estarmos vivos.
Hoje, aniquilar o próximo se tornou sinônimo de sucesso.
E o mais triste é saber que esse foi o único jeito que nós "inabaláveis" seres humanos conseguimos formar a nossa "maravilhosa" sociedade. Tendo em vista a quantidade de guerras que acontecem por dinheiro, poder, dominação. Grupos que se sentem superiores a outros. Conflitos por ideais diferentes, mortes desnecessárias, apenas pelo orgulho e pela luxúria de nós homens, que nos consideramos a "raça" dominante. Se até os animais vivem em harmonia por que nós não temos capacidade de viver?
Questiono nossa superioridade e me espanto ao ver nossa pequenez em relação a este grande universo, que fazemos tanta questão de subestimar.
Analisando os fatos ponho-me a pensar, somos nós na verdade tão competentes e inatingíveis, ou não passamos de miseráveis vivendo de caprichos tolos, de maneira superficial?

Por Thayara Cristina

5 comentários:

  1. O maior defeito da Humanidade é a prepotência.
    Achamos que somos superiores a tudo, e que temos todas as respostas do Universo.
    Deveríamos reverter esse pensamento, e nos conscientizar de que, sim, somos importantes a nossa maneira, no Universo, mas a nossa contribuição é tão válida quanto a de qualquer outro Ser.

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  2. Quando leio este texto lembro-me de uma quintilha do poema "J'arrive où je suis étranger", ou "Eu venho quando estou no estrangeiro", do meu poeta francês preferido, Louis Aragon...

    "Rien n'est précaire comme vivre
    Rien comme être n'est passager
    C'est un peu fondre comme le givre
    Et pour le vent être léger
    J'arrive où je suis étranger"

    Assim concluo referindo-me a vida e a quem sou como algo passageiro que as pessoas só darão o devido valor e sentirão saudade quando partir-me-ei, e mesmo assim creio que se puder voltarei do estrangeiro, ou seja, do outro lado da vida.

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  3. Então Thay, nunca saberemos quem nós realmente somos... Tentei durante 19 anos achar essa resposta e nada, mas engana-se quem diz que eu desisti, um dia eu ainda decifro esse enigma.
    Obs: A Thayara manda muito em seus textos, até fico emocionada.

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  4. nossa thayara, vc escreve muito bem.muito bom o jeuito que vc expressa seus pensamentos..parabens!

    (cora)

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